Benchmark energético para supermercados de médio porte naturalmente ventilados
Os supermercados são responsáveis por mais de 12% do total de energia elétrica consumida pelo setor comercial no Brasil. Entretanto, ainda faltam estudos para estabelecer o consumo típico nessa tipologia e o desenvolvimento de benchmarks energéticos pode ajudar a suprir esta lacuna. Geralmente, são utilizadas duas abordagens para a elaboração de benchmarks: a top-down ou a bottom-up. O objetivo deste trabalho consistiu em comparar diferentes abordagens na elaboração de um benchmark energético para a tipologia de supermercados de médio porte ventilados naturalmente e localizados na região Sudeste do Brasil. O método adotado envolveu dois estudos de caso, a criação de um modelo representativo, a criação de um banco de dados paramétricos de consumo de energia e a comparação entre as duas abordagens. As simulações paramétricas geraram um banco de dados com 1536 modelos, cuja análise de sensibilidade identificou os parâmetros mais influentes no consumo na abordagem bottom-up e uma análise de percentil foi executada na abordagem top-down. A bottom-up mostrou que as variáveis construtivas e o clima tiveram pequena influência sobre o consumo. Os limites para o EUI típico (benchmark) foram próximos para as duas abordagens, mas a bottom-up mostrou aspectos de uso da energia que não são passíveis de identificação na top-down. Assim, confirmou-se que a abordagem bottom-up é mais onerosa, mas permite estudos e inferências sobre o desempenho ambiental e singularidades da tipologia, enquanto a top-down não gera informações detalhadas. A escolha sobre qual abordagem utilizar deve levar em conta o conhecimento do parque edificado.
Palavras-chave: Eficiência energética, benchmarking, supermercado